Voz não é tudo



Por Raphael de França
 
Em minhas “zapeadas” pelas emissoras do Brasil, cada dia mais chego à conclusão que: VOZ NÃO É TUDO. Lógico que um belo grave, uma voz postada de maneira correta e aquele “jeito” especial de locução fazem a diferença. Mas, ao mesmo tempo, tenho reparado timbragens não tão marcantes que chamam a atenção. Lógico, que boa dicção, articulação e boa comunicação são fundamentais para entrar nesse diferencial. Porém, vou mais fundo: IMPROVISO é o grande artifício de quem encara o microfone.
Tenho orgulho em vir de uma escola de GRANDES VOZES. Ainda pequeno me impressionava com aquele grave do Haroldo ecoando pelos corredores da Globo, com a potência e vibração na voz do Garotinho, e no rádio e em casa com o “peso” da voz do vô Luiz De França. Mais tarde, como pesquisador das histórias da caixinha mágica, meus ouvidos foram tomados por Gilberto Lima – que voz privilegiada – Waldir Vieira, Majestade e uma série de outros. Todos esses citados têm “GRAVÃO”, voz FORTE, ENCHEM O RÁDIO. Mas o que mais “marca” é o que falei lá em cima: boa comunicação, bela dicção, e IMPROVISO, jogo de cintura, são envolventes. Também existiram e existem VÁRIOS com LINDAS VOZES, mas sem o mínimo traquejo do improviso. Como diz o jargão: “se a bola furar, já era”, ou se algo sair do roteiro, é um caos total.
Principalmente no interior, aquela mania de “empostar” a voz para ficar mais “grave”, está caindo em desuso. Reparo em vozes mais médias, algumas até passeando nas bandas do agudo, mas que se tornam gigantes na maneira de comunicar. Ainda há os saudosistas que valorizam mais uma “caixa forte” a um comunicador nato sem “aqueeeela” potência, mas como gente do rádio e principalmente um aluno diário da arte de fazer esse veículo acontecer, digo sem medo de errar: VOZ NÃO É TUDO.

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