Tem nada de brincadeira


Segundo apurou a reportagem, o aplicativo russo, chamado FaceApp, coleta muitos outros dados além da foto do perfil: entre eles estão o e-mail, lista de amigos e outras fotos. Além disso, as informações sobre os sites de internet que você visita também são coletadas e analisadas pela empresa.

A política de privacidade do FaceApp, porém, não detalha de que forma esses dados são usados pela empresa e com quais outras empresas são compartilhados. "Podemos compartilhar suas informações com empresas do mesmo grupo do FaceApp e também com empresas que nos ajudam a prestar o serviço, além de parceiros de publicidade", afirma a FaceApp, em sua política de privacidade, sem especificar o nome das empresas com quem os dados são compartilhados.

Para Eduardo Magrani, coordenador do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio), o problema é que os usuários brasileiros não têm o hábito de ler os termos de uso antes de autorizar a captação de seus dados.

"Muitos acham que essas empresas coletam apenas os dados como e-mail, mas por trás disso eles têm acessos a muito mais informações que são vendidas ou compartilhadas para outras empresas", diz.

Quem já participou da brincadeira e se arrependeu é possível excluir todas as permissões concedidas ao aplicativo pelas "Configurações de aplicativos" do Facebook. Mas isso não garante que a empresa já tenha armazenado suas informações em um banco de dados.

"A dificuldade é que o Brasil não tem uma lei de proteção de dados e isso nos dá pouca segurança em relação a proteção da nossa própria privacidade na internet. Se tal legislação existisse, inibiria empresas com o único desejo de captar dados pessoais dos usuários", diz Magrani ao afirmar que mesmo estando fora do Brasil a empresa pode ser processada no País por oferecer serviços aos brasileiros.


Em nota, o Facebook disse que existem regras para os aplicativos serem usados na plataforma, entre elas normas sobre o uso de dados dos usuários.

"A privacidade das pessoas no Facebook é nossa prioridade. Qualquer aplicativo compatível com o Facebook precisa seguir nossas políticas da plataforma, que estabelecem uma série de regras para garantir que as pessoas tenham controle da experiência", disse um porta-voz da rede social.

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